À 24 anos atrás, a gravata serviu-me de pretexto para todo o sufoco que, para mim, foi a cerimónia do casamento na pequena capelita de S. Miguel. Assim ao desapertar o raio da gravata acho que jurei nunca mais usar a dita ou outra similar, ao mesmo tempo que sabia não ser necessário aquele juramento de guião « Sim! Vou amar a minha mulher na tristeza e na alegria! Na doença e na cama para todo o meu sempre!». Assim perante toda aquela gente. «Que arrasto! Meu Deus! Não era preciso tanto! Eu só amava aquela mulher, que acabava de ser minha e não era preciso mais nada ».
Agora passados todos estes anos não tenho que pedir desculpa porque nunca prometi nada... «bem! prometi que a iria sempre amar na... essa lenga- lenga toda a que não foge quem como eu se submete às vontades ou tradições. Mas, é uma promessa fácil de cumprir. Ela continua LINDA , e eu, ainda hoje, não consigo achar-me merecedor desta mulher que ainda por cima diz « Se eu voltasse atrás tu eras uma das coisas que eu não poderia deixar de querer».
O conta kilómetros marcava a cem stress e mesmo assim - coisa que não pensava - consegui fazer uma ultrapassagem. A menos de 100 é perigoso circular em auto-estrada mas, ignorando, ou conhecendo esse risco, há quem o faça. Deveriam ser aplicadas coimas por excesso de lentidão em autoestradas.Também não fui ultrapassado por muitos. A A3, desde Famalicão até onde a abandonei (na saída para Cerveira) não facturou em demasia; de qualquer das maneiras, a A1, permite e sustenta - oh! Se sustenta! - Estas e outras parasitas! Mas, não fora um mau presságio e uma noite de insónias da Marge não existiria esta descrição do hoje. E a haver, seria de outro o recheio ; não entrariam A3, nem outras de qualquer outro número ou nome. Haveria uma cama, num quarto demasiado aquecido que, me iria recusar toda a manhã deste domingo mesmo que algumas partes de mim, senão todas, implorassem para que fugisse dela a sete léguas. No quarto ao lado, a Gelyka, esperaria tranquila que o sistema digestivo activa-se o alarme...
Nasci hoje...
( há-de continuar)
Há lojas de chineses por todo o lado. Espero que na China também! Um pensamento confuciano assenta que nem luva...
«Ao contrário da hirta e robusta, a mais frágil das árvores verga-se à força da tempestade para lhe poder resistir».
A Gelyka não se curvou nem quebrou, e foram seis meses mais alguns dias em que a vontade de vencer lhe deu, dia a dia, durante infindáveis dias, a provisão de paciência que, mais que nada, quase se pode dizer, ter sido a força mais necessária embora não única, para o mais desejado sucesso. E para alguém ganhar, alguém tem de perder! Esta «Pantufinha» demonstrou, estar talhada, para vencer todas as lutas que ela quiser vencer!
Perdeu mrs.«Köch el Bacilu»...
Rara noite de solidão
que casa mais vazia
sem a vida que tinha
Elas foram no seu dia
Esta casa não é a minha
Não é a minha não!
Rara noite de sossego!
insólitos silêncios
em voos de morcego
entram pelas janelas
e eu não tenho rima
para este desassossego
de estar sem elas!
Rara noite, em que a paz
inquieta e sobressalta
projecta a vossa imagem
e é já a saudade que me faz
sentir a vossa falta
na próxima viagem.
Eu só quero a felicidade
de vos ter na minha alegria
e para mim é sempre o vosso dia
Sempre! Sempre! De verdade!
Alsilveira
Que pôr de dia mais fabuloso! O mar ardendo em fogo calmo! A tua mão esquecendo-se na minha… A tua face pediu-me um beijo Mas, os teus lábios fugiram E de repente o mar alterou-se Com o chamamento de dor Duma voz que me amava… Então interditei os sonhos De se apropriarem do meu sono! D’amora azeitona 21/10/2007
ERA…
Era como se estivesse!
Deitado na areia morna à espera
Que o mar me lambesse os pés
Era como se quisesse!
Evaporar-me na atmosfera
Diluído na espuma das marés
Era como se dissesse!
Vou cingir-me em apertado nó
A esta vida que me fez
Era como se implorasse!
Deixai-me querer estar só
Para perder-me de quando em vez
Era como se viesse!
Nem sonho nem pesadelo
Desfilando em marcha calma
Era como se escrevesse!
Para nunca poder esquece-lo
No livro da minha alma
Era como se soubesse!
Que havia um começo
Para tudo o que acaba
Era como se pudesse
Mudar tudo por um preço
Que sei ninguém paga
Era como se desse!
Hirto, qual estaca de morte
Machado de lâmina afiada
Era como se recebesse!
Moedas de pouca sorte
Porque não mereço nada…
Era!...
D ´amora Azeitona
sábado/01/2007)
No dia do meu velório
Unjam-me com maledicências,
Que nem pestanejarei!
Mas, o que tiver de glório
São de mim as exigências,
Enquanto vivo me dizei.
De olhar inclinado
Para aquele finito,
Forrado a manto de carvão.
Nunca pude estar cansado
Sob o tanto e tão bonito
Que se via daquele chão.
Nem uma sombra pestanejava !
Nem um buliço de brisa!
É onde a paz ao homem se alia.
E eu, era ali que estava;
Na noite daquela terra lisa!
Na noite daquele dia!
E não eram estrelas...
Eu nunca tal havia visto!
Pareciam milhões de velas
Acendendo no reino de Cristo!
E desejei ser profeta,
Vendedor ambulante
Ao menos poeta!..
P´ ra dizer este instante.
«Vinde e Bebei-me! Eu sou o espírito do Messias e dos Três Velhotes!»
-Bem entender o português-
Devemos dizer:«Calem os do Porto!» ou os do PortoCalem?