Assumei! Agora tenhu de me mustrar!...
ESCREVER POR QUÊ? E PARA QUÊ?
É PORQUE POUCO FALO !...
E A ESCREVER !DIGO AQUILO QUE CALO !...
E tinha dito eu que o difícil era começar! Continuo a querer auto enganar-me! Pois nada é mais fácil que o começo! A continuidade é que é um caso sério. Quantas e quantas vezes me confrontei com esta realidade e quantas ainda mais terei de admitir que não passo de um perdedor e, é com esse pesado fardo na consciência que me atiro sem grande convicção a esta nova empreitada; os caboucos já estão!... QUEM DERA QUE ACABASSE NUM ARRANHA CÉUS!...Céus! Não estarei também de desmedida ambição empunhada? Será tenaz o punho e a mente que arcam com este ímpeto? Efémera que não seja esta minha ilusão!...A montanha é demasiado alta! E rebuscando nos manuscritos de tantas desistências cito, «impus a mim mesmo o propósito de tentar subir a montanha. Consciente, porém; dos riscos inerentes a tal aventura e sem o fito obstinado de atingir o cume senão apenas o máximo, tentaria! Depois, exausto, esbaforido, transpirando e já no limite das minhas forças, sentar-me-ia.Sim! Saberia bem!... Olhar para baixo e medir o caminho percorrido... o sacríficio de cada uma das pequenas e grandes coisas que, permitiram a ascenção até à exaustão. Lá no alto, bem! Lá no alto! No cume! Seria o inatíngivel para a minha capacidade alpinistíca e às aves, somente a elas, seria dada a fàcil liberdade de o tocarem e transporem». Porém; hoje, passados que foram tantos anos, a altura por mim escalada, de tão íngreme, nunca foi suficiente para que deixando o olhar ver abaixo me causa-se vertigens. Mas, há mais provas documentais que, atestam as minhas frustradas tentativas de construtor de palavras. Mais um longo e comprometedor interregno- «hoje é quarta -feira, dia 15 de Abril de 1998 e no momento em que início este (que pretende ser um diário), são 21h27m e estou na Holanda, perto de uma cidade que dá pelo nome de Arnheim, num parque de auto-estrada; cujo nome é«De Slenk». Dia cinzento, muito chuvoso e frio- tudo misturado, dia chato!... Ah! ia-me esquecendo de dizer, o que estou aqui a fazer, tão distante da minha pequena aldeia algures no norte, a minutos do Atlântico e sempre virada ao nascer do sol. Saí da aldeia onde habito, - e da qual nunca parto, pois; há muito mais de mim que sempre fica -, na segunda-feira com um carregamento de toalhas para Need. Sou camionista T.I.R acerca de sete anos, na única empresa de camionagem existente na minha área de residência e à qual referenciando o nome, acho prestar reconhecimento -TN. Sempre foi minha intenção escrever um diário durante todos esses anos. Só que não passou disso mesmo- intenção!... Lembro mesmo, jovem ainda, senão mesmo catraio, começara a escrever o que se acabar intentasse, quem sabe vir a ser um livro não pudesse! Porém; a ténue vontade- sempre a mesma- e talvez a ignorância de jogar com as palavras, mais a opaca imaginação d'um iletrado de tal feito me exclui-se».
d`amora azeitona