Tu que jazes...
num oceano de pranto.
Tu que fazes...
roupas do espanto.
Chora!
Chora sempre o desdém
que mereces-te de teus irmãos
e apertas a dor em tuas mãos...
sem que te as apertem ninguém.
Não deves rir-te!
Nem ao menos um pouco.
Pois apelar-te-iam de louco.
E quando nesse canto negro
olhas as pessoas que passam.
Sentes que é apenas por desprezo
que alguma moeda te lançam
Á mão que sempre estendes
Mas, tu fazes que não compreendes.
pois para ti, cada gesto é puro
E à noite...
em teu leito escuro.
alumiado pela lua...
inundado de estrelas.
Olhas a rua!
Ris-te um pouco!...
é um riso triste!...
É um riso de louco.
d`amora azeitona